Pouco depois do seu lançamento, Trocados chegou ao topo dos filmes mais assistidos da Netflix, tanto no ranking global, quanto no dedicado ao público brasileiro.
Comédia dramática com uma trama natalina e toque sobrenatural, o filme se destaca ao explorar temas familiares e fraternos através de uma série de eventos extraordinários que ocorrem com a família Walker – sempre recheados de bom humor.
Ao término da trama de Trocados, cada membro da tumultuada família retorna a seu próprio corpo, agora com uma compreensão mais profunda de seus entes queridos. Facilitada por uma mulher misteriosa que aparece em todas as situações, a troca de corpos, como sempre, é a realização prática do ditado: “andar uma milha usando os sapatos do outro”.
Trocados é comédia caótica que acerta ao não se levar tão a sério
Adentramos na caótica residência dos Walker, onde Jennifer Garner, já familiarizada com o tema da troca de corpos com “De Repente 30”, interpreta a perfeccionista Jess Walker, que mais tarde encarna sua filha, a estrela do futebol CC Walker (Emma Myers, de Wandinha).
A seguinte troca acontece entre o descontraído astro do rock Bill Walker (Ed Helm, de Se Beber, Não Case) e seu filho, o socialmente desajeitado e intelectualmente genial Wyatt Walker (Brady Noon, de Good Boys).
Eis que a derradeira e surpreendente troca em ocorre entre o bebê Miles e o cachorro da família, Pickles. À medida que os planetas se alinham, a família Walker cruza caminhos com a excêntrica Angelica (Rita Moreno), sendo compelida a vivenciar as vidas uns dos outros em momentos cruciais.
O aprendizado individual de cada Walker
Sem perder tempo, a família se empenha em desvendar o mistério da troca, apoiando-se em sua experiência bizarra em um planetário e nas enigmáticas instruções de Angelica para “consertar o que está quebrado” – no caso, os próprios Walker, desgastados pelo distanciamento e pela falta de compreensão.
As personalidades conflitantes, objetivos distintos e experiências diversas resultaram em rachaduras nos laços familiares. Felizmente, ao término da experiência, cada membro começa a compreender melhor os demais. Apesar do caos ao redor e dos sonhos frustrados, seus laços são restaurados. Na manhã seguinte, despertam em seus próprios corpos, agora com relacionamentos renovados e curados.
Cada Walker em Trocados absorve uma parte fundamental da vida do outro, promovendo uma compreensão mais profunda de caráter, das decisões e perspectivas uns dos outros. Ao assumir o papel de sua filha, Jess, interpretada por Garner, compreende a importância do futebol para CC.
Mãe e filha se entendem
Embora as prioridades de CC parecessem equivocadas, ela secretamente se esforçava para melhorar suas notas e aprimorar suas habilidades no futebol. Ao descobrir o esforço dedicado da jovem, Jess percebe que seu caminho nem sempre é o certo e que precisa confiar nas decisões de CC.
Ao final, recebendo a visita de um olheiro de futebol, Jess recua e apoia com orgulho os sonhos de CC, abandonando sua maternidade excessivamente controladora.
Enquanto isso, CC aprende sobre os sacrifícios de sua mãe, que recusou uma promoção para assistir aos jogos de futebol dela e adiou férias para financiar os sonhos de seus filhos.
A adolescente também percebe o orgulho que sua mãe sente por ela e compreende que ela não é uma figura imponente que atrapalha sua paixão. Em resposta, CC ensina à mãe que é aceitável aceitar ajuda dos outros. Utilizando o apoio da equipe de trabalho da mãe, CC cria uma apresentação arquitetônica poderosa para um cliente, resultando na promoção da mãe e, por fim, em recursos suficientes para a família tirar férias. Trocados acaba justamente com esse gancho.
Jornada de descoberta entre pai e filho
Bill, nostálgico pelos dias de glória no ensino médio, ao se tornar Wyatt, anseia por reviver essa fase. No entanto, descobre que a experiência de Wyatt no ensino médio difere substancialmente da sua própria – Wyatt é introvertido e prefere passar despercebido, enquanto Bill é extrovertido e busca visibilidade.
Ao perceber que seu filho é alvo de bullying e é muito tímido para falar com sua paixão, Bill compreende mais profundamente a personalidade de Wyatt e, por conseguinte, seu desejo de sair precocemente para Yale.
Pouco a pouco em Trocados, Bill se conecta com seu filho, persuadindo-o a permanecer no ensino médio e valorizar o presente. Wyatt, ao final, aceita que Yale pode esperar e experimenta seu primeiro beijo.
Enquanto isso, Wyatt luta para incorporar o papel de performer que seu pai desempenha, levando-o a fugir da oportunidade da banda “Dad or Alive” vencer um concurso. Ao descobrir que Bill havia sacrificado sua carreira musical com “Maroon 6” para se tornar pai, Wyatt assume a responsabilidade com o apoio de sua família. Com personalidades complementares, Wyatt e Bill aprendem a ser confiantes e centrados, respetivamente.
Como é o final do filme Trocados?
Como muitos filmes de troca de corpos, Trocados nos deixa com a lição de empatia: para cultivar um relacionamento, é preciso apreciar a perspectiva da outra pessoa.
O diretor McG explica isso em entrevista à Netflix. “É realmente sobre empatia”, disse ele. “Busque primeiro entender, depois ser entendido. Raramente é o caminho errado a seguir em vez de tentar bater de frente com seu filho ou filha, esposa ou mãe, ou qualquer pessoa. Respire fundo e tente entender a pessoa com quem você está falando, de onde ela vem. Isso levará a um resultado melhor.”
A família Walker aprende isso ao literalmente andar nos sapatos uns dos outros. Jess compreende por que CC prioriza tanto o futebol; CC descobre o quanto sua mãe é dedicada a ela; Bill aprende a se conectar com seu filho de maneira mais produtiva; e Wyatt aprecia o apoio único de seu pai.
Com uma variedade ampla de personagens, Trocados é algo com que todos podem se identificar de alguma forma. Se as mensagens de Sexta-feira Muito Louca perderam o impacto, este novo filme nos lembra da importância de sermos empáticos – e um bom pouco mais de bem com a vida 😉
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